terça-feira, 30 de junho de 2009

Ayrton Senna e os primeiros testes: Williams















Ayrton Senna demonstrava ao longo das temporadas de Fórmula Ford e F-3 ser um piloto tecnicamente imbatível. Os números alcançados nas categorias de acesso desde o ano de 1981, jamais tiveram um paralelo idêntico na história de tais categorias e os adjetivos de gênio e prodígio, se valiam cada vez mais.

Foi assim, em idos de 1983, que Ayrton tivera sua primeira oportunidade de guiar um carro de F-1, a chance fora dada pelo então dono da Williams, Frank Williams, em virtude até, das estatísticas impressionantes do brasileiro, anos depois, Frank Williams disse em entrevista:

"Ele ganhou aquele campeonato com seis vitórias em nove corridas. Por isso eu e Patrick decidimos fazer o teste. Mesmo se não desse para usá-lo em 84, achamos que poderíamos ajudar em sua carreira. E que talvez ele se lembrasse disso no futuro".


No dia 19 de Julho de 1983, Ayrton, teve a chance e pilotar a tão sonhada Williams do campeão Keke Rosberg, ao ver o bólido sendo retirado do caminhão por engenheiros e mecânicos, o brasileiro afoito como uma criança à espera do presente do natal, corre para próximo do carro. Dá três tapinhas e diz:


"É hoje."

A Williams não estava sozinha em Donigton Park, Toleman, sua futura equipe, também estava na pista, com, Derek Warwick, realizando ajustes no carro.


Não houve sequer tempo, para que a equipe de Frank, realizasse os ajustes necessários para Senna, sendo assim ele teve realizar os teste com os ajustes de Keke, além disso os pneus usados, não eram os de classificação. Porém, pouco importava para Senna, ele queria mesmo era acelerar, fossem, quais fossem as circunstâncias. Minutos antes da partida, Ayrton Senna, diz uma frase emocionante de dentro do cockpit:


"Isto é um presente que Deus está me dando, estava esperando há muito tempo por essa oportunidade."

















O brasileiro partiu e deixou todos no circuito, assustados, foram necessárias 10 voltas, para que Senna igualasse o seu tempo ao do piloto de testes da Williams Jonathan Palmer. Nas 83 voltas que dera, Ayrton quebrara o recorde da pista de Donigton (para carros aspirados) em 4 décimos, conseguindo estabelecer essa marca durante duas voltas em sequência e ainda conseguiu dar mais 22 duas voltas com tempos muito próximos do recorde.

Ao retornar aos boxes, Senna conversa com mecânicos e Frank Williams, demonstrando mais uma vez o seu conhecimento ao detalhar o comportamento aerodinâmico do carro na pista. Ayrton também espanta todos ao afirmar que usou apenas cinco, das seis marchas que existem em um F-1. Anos depois Patrick Head afirmou em entrevista, parte do diálogo:


"Ele acelerava, acelerava muito. Parecia ser desprovido de qualquer sentimento de medo. Lembro-me como se fosse hoje, que ao descer do carro, ele me perguntou quantas marchas havia, e eu respondi, que haviam seis marchas. Naquele momento Senna se arrependera de ter usado apenas cinco, por achar que o sistema de câmbio fosse semelhante ao que ele usara na Fórmula Ford."



























Frank Williams, também fora outro que se surpreendeu com a velocidade do brasileiro e anos após, resgatara boa parte do diálogo entre eles:


"Senna era muito rápido, mais não havia motivos de contratá-lo já no próximo ano (1984), tínhamos o campeão Mundial (Rosberg) e um excelente piloto (Laffite). Estávamos satisfeitos com nossa dupla. Mas o que fica de certo, é que desde o princípio, Ayrton quis mostrar, quem dominaria a categoria e realmente se fosse para definir a relação dele com a F-1; afirmaria ser uma relação de predador e caça. Foi dessa forma que ele encarou o esporte, desde os primeiros testes em 1983. Não havia dúvidas de que ele era um garoto diferente."


Assim termina a primeira oportunidade de Senna na F-1, haveriam ainda mais três testes, que serão contados, nos próximos capítulos.

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