Em 1954, a F-1 apenas engatinhava na sua estruturação, havia duas equipes italianas que eram declaradamente as melhores, Maserati e Ferrari, além disso havia poucas equipes da Inglaterra, que estavam apenas começando a obter alguns resultados relativamente "bons". A Mercedes Benz entrava na categoria, com o peso de ser uma forte canditada a vencer a hegemonia italiana na principal categoria do automobilismo mundial. O lendário Alfred Neubauer ainda era o chefe de equipe e os motoristas foram Juan-Manuel Fangio e os alemães Karl Kling e Hans Hermann. Em 1955 a linha foi reforçada quando o jovem britânico Stirling Moss, e considerado por muitos, como um prodígio, se juntou ao grupo.
Os novos veículos foram alimentados por um motor normalmente aspirado, equipado com oito válvulas e injeção de combustível. As rotações eram controladas por um sistema de câmbio de cinco velocidades, revelando dessa maneira uma das principais vantagens em relação aos adversários, que tinham na sua grande maioria um câmbio de quatro velocidades. Os chassis do carro foram concebidos através de uma tubulação cujo diâmetro, era de pequeno espaço. Usando uma lacuna nas normas, os veículos da Mercedes acabaram por racionalizar o reservatório de combustível cuja tampa se apresenta em abaixo da linha, graças ao fato ter sido montado de forma inclinada.
O fato é que os carro da Mercedes, foi o primeiro a apresentar a concepção de idéias de distribuição de peso e/ou compactação, com isso o carro se mostrou mais equilibrado em relação aos seus adversários. Ao longo desse ano, o W196, se tornou pioneiro, ao mostrar os ganhos de se produzir um carro em alumínio (um material consideravelmente mais leve) e dessa forma, era um carro muito mais rápido que seus principais concorrentes.
Não se bastasse isso, as novas regulamentações da F1, na época liberaram que os motores fossem "superalimentados", entretanto os técnicos alemães desenvolveram um estudo maciço a cerca da alimentação do mesmo, e chegaram a conclusão, de que o mesmo poderia aliar desempenho e economia de consumo.
O regulamento daquele ano, permitia motores de 2,5 litros naturalmente aspirados ou, alternativamente, 0,75 litros superalimentado. O esperado para que os motores fossem realmente competitivos foi de 250 a 300 cv (190 a 220 kW). Os estudos revelaram que motores de 0,75 superalimentados apresentavam gastos excessivos de combustível que chegavam, à aproximadamente 2,3 o valor do gasto apresentado em motores, naturalmente aspirados. Dessa forma, os técnicos decidiram optar por um motor cujo deslocamento era de 2,5 litros naturalmente aspirados, ganhando várias corridas na estratégia e no cálculo.
Especificações:
Carro: Mercedes W196
Construtor: Mercedes Alemanha
Ano: 1954
Classe: Fórmula 1
Motor: 8 Cilinder
Diâmetro X Curso: 70 x 68,8 milímetros
Capacidade: 2.496 cc
Potência: 257 cv a 8.200 rpm
*Durante o ano de 1955, a Mercedez determinou um domínio jamais visto na categoria, ganhando 6 das 9 corridas, sendo que seus dois condutores se tornaram campeão e vice-campeão respectivamente. No entanto a equipe não se sagrou, campeã de construtores, pois não existia essa modalidade em idos da década de 50.
Excelente trabalho, Júlio!
ResponderExcluirVocê está de parabéns.
Algo a acrescentar...
No período anterior à II Guerra Mundial, Mercedes-Benz, Auto Union, Alfa Romeo e Bugatti eram as grandes vedetes da Fórmula 1 dos anos 30.
A Mercedes, com sua equipe comandada com mão de ferro por Alfred Neubauer, dominava as competições até que resolveu abandonar as pistas por um certo período.
Em 1954, porém, a estrela de três pontas de Stuttgart voltou a brilhar na Fórmula 1. Tudo graças ao modelo W196, que recebeu o imortal apelido de "Flecha de Prata".
Nas mãos de Juan Manuel Fangio, Stirling Moss e Hans Herrmann, o W196 se revelou o mais moderno monoposto da época. Era o único que dispunha de duas carenagens: uma, que cobria todo o carro, para circuitos velozes como Monza; e outra, que deixava as rodas de fora, para pistas como Mônaco.
Em 12 provas entre 1954 e 1955, a Mercedes-Benz venceu nove delas.
Abraços,
Adriano.