Considerado por muitos, como o maior carro de todos os tempos da F-1, o MP4/4 foi desenhado por Steve Nichols e Gordon Murray. Após um ano relativamente decepcionante em 1987, quando a equipe não se acertou com os motores Porsche's e se tornou uma presa fácil para as Williams que dominaram a temporada demonstrando a força dos motres Honda. Como se ainda não bastasse perder para sua principal rival nos últimos anos, a Mclaren, viu também a Lotus-Honda ter um rendimento melhor em várias oportunidades.
Baseado nesse histórico, Ron Dennis, juntamente com seu Staff Técnico resolveu correr contra o tempo para ter os motores Honda para a temporada de 1988, e Senna, nesse aspecto foi fundamental. Ayrton havia desenvolvido durante a temporada de 1987, uma relação de confiança mútua, com os técnicos japoneses, e ao saber, do interesse da equipe britânica em tê-lo, fez parte das negociações para que a Honda distribuísse os seus motores para a Mclaren.
Assim foi garantido o fornecimento a partir de 1988, dos motores Honda para a equipe de Ron Dennis, os motores à parte, eram um dos grandes fatores que influenciaram o domínio da Mclaren perante seus rivais. O motor turbo da Honda, era um V6 de 1500 Cilindradas, e apresentava diante de suas principais características, a confiabilidade e ao mesmo tempo, força. Vale lembrar que durante aquela temporada a FIA intituiu um regulamento que previa o consumo máximo de 150 litros por corrida, assim um dos principais desafios da Honda se valeu justamente no aspecto da economia, e pelo visto conseguiram o resultado esperado.
Durante os testes de inverno, a Mclaren, realizou vários ajustes e concepções de idéias, que foram introduzidas tanto por Nichols, quanto por Murray. Uma delas foi a inserção de suspensão ativa no carro (dispositivo criado pela Lotus em 1987). Entretanto, o tempo para melhor adaptação do modelo, era curto, e a direção técnica da Mclaren, optou por não colocar esse dispositivo no carro para a competição.
A aerodinâmica do carro se baseava, basicamente no mesmo princípio do BT-55 ( Brabham, o Carro da Discórdia), o layout proposto por Gordon Murray, era que o chassi do carro, fosse o mais baixo possível em relação ao asfalto, com isso ele propunha que o carro iria adquirir ganhos aerodinâmicos sustentado no fato de que o ar passaria mais facilmente sobre a asa traseira, produzindo maior downforce, mas sem excessiva força. Em teoria, isto soa de maneira grandiosa; porém a prática, se revelou praticamente insustentável com o motor utilizado na Brabham (BMW) pois além de apresentar problemas de consumo, a própria instalação do motor se mostrava inviável perante a teoria "Low Line". No entanto, o motor Honda, era bem menor e tinha um centro de gravidade mais baixo do que o seu homólogo BMW, dessa maneira os motores japoneses se mostraram bem mais compatíveis com as idéias de Murray. Soma-se a isso que o motor em questão dispunha de um sistema que permitia a utilização de várias versões em um mesmo equipamento devido à mudanças que poderia ser realizadas de acordo com a escolha de mapeamentos de rotação específicos. Esse por sinal é um dos grandes legados do MP4/4.
O que fica de certo em relação ao carro da Mclaren nesse ano, é que houve uma conjunção de fatores, que contribuíram em peso para o desempenho avassalador da equipe. A dupla de pilotos era formada por dois dos maiores pilotos de todos os tempos (Senna & Prost) e como se ainda não bastasse, ambos estavam no auge de suas carreiras. A organização da equipe em torno da busca por resultados, era uma somatória da cultura britânica pela eficiência, mas também de um trabalho maciço desenvolvido a cerca da concepção, desenvolvimento, testes e corridas do carro.
O desenvolvimento da caixa de câmbio também foi outro grande acréscimo da Mclaren em relação aos seus adversários naquele ano. A Weissman, conseguiu produzir um câmbio que se adaptasse ao conjunto motor, influenciando de sobremaneira assim, na queda do centro de gravidade. Dessa maneira, e por apresentar um centro de gravidade menor, a Mclaren apresentava uma dirigibilidade maior do que a dos seus adversários, e respondia mais prontamente aos comandos de Senna & Prost. O carro apresenta em si, os recordes mais assustadores da história da F1, vencendo 15 das 16 corridas disputadas naquela temporada. Sendo que a única derrota ocorreu no GP de Monza, quando Senna teve um erro (não costumeiro).
O que fica de certo é que jamais a F1 havia visto um domínio tão impressionante desde o Lotus 78 e talvez jamais viu outro domínio tão exacerbado até o F2002.
Especificações:
Chassis identificação: Mclaren MP4/4
Construção: monocoque em fibra de carbono
Suspensão dianteira: Desigualdade de comprimento, wishbones, pushrod ativado
Suspensão traseira: Desigualdade de comprimento, wishbones, pushrod ativado
Pneus: Goodyear
Discos de freios/ almofadas: ventilada e disco freios de fibra de carbono
Caixa de velocidades: Weismann caixa de câmbio 6 velocidades, manual, eixo longitudinal 3.
Motor nome: Honda RAE168-E
Deslocamento: 3 litros
Configuração: 80 ° V6, turbo, 1500CC, montado longitudinalmente.
Estatísticas:
GP's disputados: 16
Vitórias: 15
Poles: 15
Voltas Rápidas: 10
Pódios: 25
Pontos conquistados: 199 pontos
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