quarta-feira, 1 de julho de 2009

Ayrton Senna e os primeiros testes: Brabham

























Senna, vinha arrasando a concorrência nos testes anteriores, foi então que o todo poderoso da F-1 (e dono da Brabham) Bernie Eclestonne, lhe conferiu o direito de guiar o seu carro em um teste na pista de Paul Ricard (França) em 14 de Novembro de 1983.

A Brabham havia sido campeã nesse mesmo ano, com o também brasileiro, Nelson Piquet, e era reconhecidamente um dos melhores (senão o melhor) carro da F-1, possuía então naquela época em seu staff, aquele que é considerado por muitos como o maior projetista da história: Gordon Murray. O carro em si, segundo analistas de F-1, tinha um efeito solo (causado pela aerodinâmica) perfeito, o que contribuía e muito para a aderência do monoposto.

O teste foi marcado pelo 1º encontro de dois gênios brasileiros na F1: Nelson Piquet Sotto Maior e Ayrton Senna da Silva.

Piquet foi primeiro a andar no carro, dá algumas voltas, faz um acerto no carro e vira 1"05'90. A partir daí, o carro não mais seria modificado. Os pilotos convidados para testar a Brabham foram: Senna, claro, o colombiano Roberto Guerrero, o italiano Mauro Baldi e seu compatriota Pierluigi Martini.

























Com a saída de Riccardo Patrese da Brabham para a Alfa Romeo, um vaga de 2º piloto se abriria para guiar a Brabham ao lado do campeão Piquet. Bernie estava muito animado com o teste, e em tom de brincadeira disse que apostava que Senna seria mais rápido que ele:

"Tudo bem, aposto 100 mil dólares..." disse Piquet já mordido com as comparações.


Senna e Baldi viram praticamente o mesmo tempo, Guerrero e Martini vinham um pouco atrás.

Resultado dos testes em Paul Ricard em 14 Novembro de 1983:

1"05'90 Nelson Piquet Brabham BT52B BMW
1"07'80 Mauro Baldi Brabham BT52B BMW
1"07'90 Ayrton Senna Brabham BT52B BMW
1"08'60 Roberto Guerrero Brabham BT52B BMW
1"08'90 Pierluigi Martini Brabham BT52B BMW


Em uma demonstração de repudio aos elogios que Bernie fazia à Ayrton Senna, Piquet disse depois:

"Claro que eu seria mais rápido. Eu tinha acabado de ser campeão mundial naquela Brabham. Se um cara que estava conhecendo o carro naquele dia conseguisse me superar, era hora de fazer a mala e ir embora para casa."


Senna ao longo daquele se mostrara muito descontente, com os resultados do teste realizado no circuito francês e emendara a seguinte frase:

"Meu pior teste, com certeza, foi com a Brabham em Ricard. Eu estava sentindo que podia fazer muito mais."

Dois problemas afetaram uma possível ida de Ayrton para a Brabham. O primeiro foi a intervenção da Parmalat, que queria um nome italiano vinculado com o seu carro para garantir maior atenção da imprensa italiana, e o segundo, partiu do próprio Piquet, que não queria Ayrton no time. Fato este que Nelson negou veentemente, mas Herbie Blash, Diretor da Brabham, Chris Witty, diretor da Toleman e Ayrton Senna disseram o contrario. Para Bernie, foi até mais que um veto:
























"Nélson ficou muito chateado quando descobriu. Percebi isso porque ele, pela primeira vez, levou um assunto ao patrocinador. Disse a Parmalat que era estupidez ter dois brasileiros, pois eles nunca iriam se dar bem. E eu disse a Parmalat que Senna era mais veloz que Piquet e que era por isso que ele não o queria na equipe."


A Brabham ficou com um italiano para a temporada de 84, mas não foi nem Baldi e nem Martini, o escolhido foi Teo Fabi. Com isso só sobrara a Toleman para Ayrton na temporada de 84 e seria exatamente com esse carro, que ele começaria mostrar ao mundo o seu talento fulgurante.





6 comentários:

  1. História bacana.
    Então a Brabham daquele ano era a Red Bull de hoje com Adrian Newey. Os testes seriam para o lugar de Webber e Vettel vetaria outro alemão ou o Vergne que vem detonando nos treinos de novatos.

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  2. Esse carro era fantástico, realmente inovador e bonito.
    Quanto ao tente tem um detalhe: Piquet ajustou o carro para depois entregar aos demais, como ninguém é besta, muito menos o arteiro (mutle) Piquet com certeza o colocou no extremo de sua característica de pilotagem dando assim uma boa vantagem para si. Esse Piquet eim... hi, hi, hi, hiii!!!!

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  3. Putz!! Os comentários são típicos das viuvinhas, todas as vezes que se enfrentaram em condições de "igualdade" o Piquet se saiu melhor. Sem falar da Hungria!rsrsrs

    Beto Soussa

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    1. São as "carpideiras"...
      Kkkkkkkkk!!!
      Concordo com o Sr. Anônimo!

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  4. Se teve alguma coisa que não houve foi "igualdade". Como podemos comparar alguém que já veste o carro a mais de uma temporada, pega o carro e acerta pra tocada dele "Piquet", com alguém que está sentando no carro pela primeira vez?
    Concordo plenamente com o que o Piquer disse: " Se ele andasse mais rápido que eu pegaria minhas malas e ia embora". Até eu!!
    Seria uma vergonha pro Piquet tomar um toco numa condição dessa.
    Não seria o ídolo que é ao lado do Ayrton.

    JCSPEED

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  5. Correto. Realmente dois grandes ídolos. Por isso estava entre aspas "igualdade", e me referi a quando se enfrentaram. Acompanho a F1 há mais de 30 anos e nunca vi em qualquer entrevista o Piquet falando do fato mencionar que Senna sequer foi o segundo mais rápido. Nem eu sabia. Valeu cara.

    Beto Soussa

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